Voluntária pelo Passado para o Futuro

Ser humano... Difícil de descrever e complexo demais para não errar...
A dificuldade de entrar em quartos escuros, parar sonhos maus e ter medo de morrer rápido demais assombram-nos. Não só a mim, mera humana, sou apenas mais uma de muitos milhares, não me considero especial quanto baste para representar a raça. Falo de algo que todos sabemos que temos em comum, arrepios que paralisam o mundo. Porque todos somos estes seres esquisitos que antes de adormecer pedimos para amanhã o que faltou hoje. Os ladrões que o próximo roubo seja mais rentável, os carentes algo parecido com amor, os preocupados alongam-se mais a pedir paz (já sabem que lhes vai custar a adormecer), os nervosos raios do céu. Se pedimos tudo isto quando sentimos falta, o que pedirá quem já permaneceu em quartos escuros durante tempo demais, quem quer todo o dia acordar e quem acabou de fintar a doença?
Experiências dessas encontrarei eu todos os sábados quando vou, contente, fazer a minha parte no sistema: Voluntariado. Quando olho para aquelas meninas sinto tanta admiração por elas. Sinto-as mais adultas que eu, mais fortes e corajosas, sinto-me eu tão pequena. Sinto-me intimidada por elas conseguirem rir e eu não saber se conseguiria. Se há quem rema contra a maré são elas, muitas crianças, hospitalizadas, órfãs, deficientes, retiradas da família. O que será que já viram elas na sua curta vida? O que sentiram e que não deveriam? Daria tudo para entrar dentro delas e saber o que acham de alguém com uma "vida normal", ou como seriam elas se a tivessem...
Não vou fazer mais uma campanha de solidariedade para o mundo, vou apenas expor a minha experiência ao longo do semestre. Não são pessoas diferentes, são "vidas diferentes", e futuros, que com a ajuda de voluntários como eu, serão "futuros felizes".